APRENDIZAGEM
DE LÍNGUA ESTRANGEIRA EM UM AMBIENTE INFORMAL E NÃO FORMAL– RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Gildoneide
Sousa de Oliveira
Cícera
Mota Lima
Ednelza
Pereira Barros Ferreira
Valdines
Moura Souza
RESUMO
Este artigo
trata-se de um relato de experiência sobre um trabalho desenvolvido com um
grupo de acadêmicos do curso de Letras – Espanhol e Literatura Hispânica do
IFRR, em duas localidades, na Venezuela. O objetivo do trabalho foi conhecer a
localidade, seu contexto histórico, social e cultural e identificar quando se
dá a aprendizagem informal e não formal. Participaram do grupo, acadêmicos e
professores em formação, além de professores que acompanhavam o desenvolvimento
das atividades. Foram realizadas duas visitas especificas sendo no município de
Santa Elena de Uairen e na comunidade São Francisco. Foi utilizado ambientes
informais e não formal para desenvolver as atividades propostas, as quais foram
apresentadas em forma de palestra por morador da região, além de aulas ministradas
pelos professores. Os termos técnicos foram decodificados para a linguagem
popular. Com base nos temas trabalhados nas localidades ressalta-se a
importância de desenvolver atividades acadêmicas em ambientes externos. A
experiência permitiu conhecer as peculiaridades do grupo, dando ênfase nos
diferentes ambientes de aprendizagens.
Palavras-chave:
Aprendizagem. Métodos. Ambiente informal e não formal.
RESUMEN
Este artículo aborda un relato de experiencia sobre
un trabajo desarrollado con un grupo de académicos del curso de Letras – Espanhol
e Literatura Hispânica del IFRR, en dos localidades de Venezuela. El objetivo
del trabajo fue conocer la localidad, su contexto histórico, social y cultura además
de identificar cuando se da el aprendizaje informal e no formal. Participaron del
grupo, académicos y profesores en formación y profesores que acompañaban el desarrollo
de las actividades. Fueron realizadas dos visitas específicas siendo en el municipio
de Santa Elena de Uairén y en la comunidad San Francisco. Fue utilizado
ambientes informales y no formales para desarrollar las actividades propuestas,
las cuales fueron presentadas en forma de palestra por morador de la región,
además de clases ministradas por profesores. Los términos técnicos fueron
decodificados para el lenguaje popular. Con base en las temáticas trabajadas en
las localidades, resalta la importancia de desarrollar actividades académicas
en ambientes externos. La experiencia permitió conocer las peculiaridades del
grupo, dando énfasis en los diferentes ambientes de aprendizaje.
Palabras-clave: Aprendizaje. Métodos. Ambiente informal y no formal.
INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta
algumas considerações que devem contribuir para a reflexão de ensino
aprendizagens de línguas estrangeiras. Vale ressaltar a temática da
aprendizagem delimitou-se em ambiente informal e não formal.
E teve como objetivo conhecer a localidade, seu contexto
histórico, social e cultural, além de identificar quando se dá a aprendizagem
informa e não formal. Trata-se de um relato de experiência sobre um trabalho
desenvolvido com um grupo de acadêmicos do curso de Letras – Espanhol e Literatura
Hispânica do IFRR no país venezuelano.
Ensinar e aprender sem
dúvida, trata-se de uma tarefa complexa que requer um conjunto de habilidades,
competências e saberes. Que neste estudo destacam-se os métodos de ensino
aprendizagens que foram essenciais para compreender os diferentes ambientes
delimitados.
Os
procedimentos utilizados neste estudo deram-se através do método qualitativo
com enfoque descritivo, sendo que participaram do referido estudo um grupo de
acadêmicos e professores em formação, além de professores que acompanhavam o desenvolvimento
das atividades. Foram realizadas duas visitas, sendo uma no município de Santa
Elena de Uairen e a outra na comunidade São Francisco.
No caso do ensino de línguas
estrangeiras, é possível considerar que atividades como estas realizadas fora
do ambiente escolar justificam-se por sua contribuição e aplicações nas
práticas realizadas. No caso específico de ambientes de aprendizagem, a
motivações torna-se uma ferramenta essencial, considerando que se o académico
está motivado aprenderá com mais eficiência.
As
atividades propostas como objetivo da viagem realizada foi desenvolvido
utilizando ambientes informais e não formal foram realizadas, apresentadas e
ilustradas neste estudo.
Portanto
espera-se com este relato contribuir para o ensino aprendizagem de língua
estrangeira utilizando ambiente informal e não formal como uma ferramenta
complementar a sala de aula.
O
PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
O aspecto a ser considerado
neste artigo é a função do processo de ensino aprendizagem de línguas
estrangeiras quando considerado o objeto de aprendizagem em um ambiente
informal. A peculiaridade do processo de construção do conhecimento relacionado
às línguas estrangeiras se localiza exatamente através de métodos de ensino
aprendizagem dado ao campo cultural como fator determinante para a aquisição do
conhecimento.
Desta forma o estudo de
Línguas Estrangeiras pode contribuir imensamente para o desenvolvimento humano,
pois, a partir do mesmo torna-se possível o conhecimento do mundo e das
práticas sociais de diferentes culturas. Destacando a necessidade de discutir o
ensino de línguas e seus métodos de ensino aprendizagens. E, com base em
Sant'Ana (2009) complementa que o processo de construção do conhecimento
permite a auto-organização do ser humano, pois ele produz e, ao mesmo tempo, é
determinado pelas experiências que vivencia.
MÉTODOS
DE APRENDIZAGEM
De acordo com Abadía (2000) o método de
ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira são os procedimentos
que garantem a utilização e o domínio de uma língua, sendo esta, diferente da
língua materna.
Desta forma o autor desta que através
dos métodos o aprendiz alcança o objetivo de aprender uma segunda língua, porém
destaca que conhecer os métodos torna-se necessário, porém para este estudo
destaca-se seguintes métodos: Gramática e tradução, Direto e Comunicativo.
Dentro do Método Gramática e tradução,
que de acordo com Chagas (1979), o ensino de língua estrangeira começou na
Antiguidade, por intermédio do contato direto com a língua-alvo e seus falantes
nativos, em um ambiente de interação social. Tendo seu foco nas regras da
gramática como base para a tradução da língua estrangeira para a língua materna.
E, o Método Direto, de acordo com
Abadía (2000) é um método que parte de exemplos da língua que está sendo
estudada, com exemplos contextualizados, para a aprendizagem das regras. Que neste
sentido, este método é a favor de uma aprendizagem indutiva da gramática. Ressalta
ainda que a aprendizagem, através deste método, acontece naturalmente, portanto
desta forma, o aluno não é forçado a decorar regras, permitindo ao aluno fazer
associações diretamente na língua estrangeira ou comparar a língua materna.
Para iniciar o enfoque comunicativo,
faz-se necessário conhecê-lo, pois Krashen (1981) foi considerado como um dos
pioneiros do movimento comunicativo e foi considerado o criador da teoria de
aquisição de segunda língua. No qual defende a distinção entre aquisição
(assimilação natural) e aprendizagem de uma língua (estudo formal); a hipótese
da ordem natural; hipótese do monitor; hipótese do insumo e o filtro afetivo.
Portanto, Abadia (2000), conceitua como
metodológico o ensino comunicativo e ressalta que deve ser aberto e flexível,
porque as situações em que se desenvolve o ensino/aprendizagem de uma língua
estrangeira, as formas de como se aprende, as expectativas geradas e os
condicionamentos de cada aprendiz são muito diferentes.
Para Souza (2005), o ensino de
línguas através da Abordagem Comunicativa está concentrado nas funções do
cotidiano das pessoas, como como pedir e dar informações; como fazer convites;
expressar o interesse em alguma coisa, além de expressar paciência ou mudar de
assunto no diálogo.
Desta forma, Filho (1993) complementa que para
desenvolver o enfoque comunicativo exige uma preocupação com o próprio aluno
enquanto sujeito e agente no processo de aprendizagem e formação através da
língua estrangeira, possibilitando-o a se reconhecer nas práticas do que faz
sentido para a sua vida e do que faz diferença para o seu futuro como pessoa.
E
ressalta ainda, a importância para o aluno de proporcionar experiências de
aprender em termos de real interesse ou necessidade, para que ele esteja
capacitado a usar a língua–alvo e, portanto, realizar ações autênticas na
interação com outros falantes dessa língua.
APRENDIZAGEM DE IDIOMAS EM AMBIENTE INFORMAL
E NÃO FORMAL
Sabe-se que o processo
ensino/aprendizagem de idiomas ocorre no decorrer da vida por meio de diferentes
ambientes de aprendizagens, portanto neste estudo faz-se necessário destacar o
ambiente informal e não formal.
Para Ghanem (2008) a
educação informal é aquela em diferentes núcleos sociais durante o processo de
socialização produzidas nas relações como: a família, o bairro, o clube, os
amigos, a igreja entre outras. Sendo que se agregam os valores, as regras e s normas
de uma determinada cultura.
E, a educação não formal é
aquela que se desenvolve no cotidiano, na relação com diferentes pessoas, pela
experiência e em espaços fora da escola, em locais informais onde existem
processos de interação e intencionalidade na ação, na participação, na
aprendizagem e na transmissão e nas trocas de saberes.
Vale destacar que, a
educação não formal abre possibilidades de conhecimento sobre o mundo que
rodeia os indivíduos e suas relações sociais. Que para Ellis (1997), possui uma
grande importância na aprendizagem de línguas, pois ressalta que envolvendo
laços afetivos o aprendiz desenvolve o aprendizado da língua alvo tornando-o
como um fator essencial para um melhor aproveitamento desse aprendizado.
E, Schultz (2014)
complementa com a motivação promovida por fatores externos que alcançam a mente
e o desempenho do aprendiz. E, especifica que se não houver necessidade de
aprender, não haverá motivação.
Complementa ainda que o
aprendizado consiste em graus de motivações internas e externas, uma vez que os
alvos a serem atingidos variam entre fatores socioeconômicos e culturais agregados
às experiências pessoais de cada sujeito.
PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
Este
relato de experiência foi realizado a partir de uma pesquisa qualitativa com
enfoque descritivo, realizada através de uma viagem para a comunidade de São
Francisco e Santa Elena na Venezuela. O público envolvido neste estudo foi um
grupo de acadêmicos e professores do Instituto Federal de Ciências e Tecnologia
do estado de Roraima.
Que de acordo com Bervian,
Cervo e Da Silva (2007) a pesquisa qualitativa trata da investigação de
valores, atitudes, percepções e motivações do público pesquisado, com o
objetivo principal de compreendê-los em profundidade. E, descritivo quando se
observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem
manipulá-los.
DA TEORIA A PRÁTICA
De
acordo com Amaral (2004) cabe ressaltar a importância do aprender fazendo, do
aprender a aprender, a importância do interesse, da experiência e da
participação em um ambiente de aprendizagens, seja informal e não formal.
Desta
forma neste artigo, trata-se de um relato de experiência de um processo de
aprendizagem de línguas estrangeira em ambiente informal e não formal realizado
no mês de julho durante uma viagem para o país vizinho “Venezuela” que tem como
idioma oficial a Língua Espanhola, e através da mesma foi possível vivenciar as
abordagens relatadas neste estudo.
Diante
desta realidade e com base na fundamentação teórica, percebeu-se que o processo
de educação não formal foi realizado de maneira eficaz, que de acordo com Ghanem
(2008) dá-se fora da esfera escolar sendo veiculada por museus, meios de
comunicação e outras instituições que organizam eventos de diversas ordens,
tais como cursos livres, feiras e encontros, com o propósito do ensinar um
público heterogéneo.
Desta
forma de acordo com a figura abaixo, foi possível conhecer a historia do
Mosteiro Vicariato Del Caroní em Santa Elena.
Figura
01:
Vicariato Del Caroní em Santa Elena
Fonte:
os autores, (2014).
A partir deste contexto real, foi possível
acompanhar os traços da arquitetura medieval, haja vista que a mesma foi
fundada em 1922 em Upata, chegando a Santa Elena somente em 1931 com a chegada
dos misioneiros Nicolás de Cármenes, Maximino de Castrillo e Gabimo de San
Román, e na época tinha por missão evangelizar os povos indígenas.
O monumento trás um contexto histórico
impressionante, atualmente é a sede da igreja católica, que de acordo com o censo
de 2010, conta com 41.550 fiéis batizados de uma população de aproximadamente
56.000 pessoas.
Com bases nessas informações, destacam-se os métodos
de ensino aprendizagens, que com o contato direto com pessoas nativas,
relatando todo o contexto histórico da igreja, pode comprovar a utilização dos
mesmos para obter-se tantas informações no período da visita.
Outro
ponto observado foi a motivação dos acadêmicos envolvidos nas atividades, como
afirma Ellis (1997) e Schultz (2014) a motivação faz parte do processo de
aprendizagem, a cada informação que era repassada percebia-se a atenção
despertada pelos acadêmicos, confirmando o pensamentos dos referidos autores
que não houver necessidade de aprender, não haverá motivação e muito menos
aprendizado.
Figura: Comunidade São Francisco – Venezuela.
Fonte:
os autores, (2014).
Nesta figura caracterizada como 02, foi na
comunidade de São Francisco, onde foi realizado um tur na comunidade. O ponto que chamou atenção foi à estrutura da
comunidade, como pode ser observado na primeira imagem, as residências são
pintadas e tudo muito organizado.
Durante o período na comunidade, ressalta-se a
palestra realizada pelo Capitán, onde afirmou que todos os moradores são
adventistas, religião que tem como tradição guardar o sábado (que inicia com o
por do sol da sexta-feira e vai até o por do sol do sábado). O ponto que mais
enfatizou foi a preocupação de conciliar a religião e a tradição do Canaimé que
se trata de uma histórica contada pelos povos indígenas desde a antiguidade.
Afirmando que a comunidade em sua maioria é formada por indígenas da etnia
Taurepan e Aurepuna, e, estas pessoas seguem mantendo firme sua tradição
linguística.
DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Diante do contexto apresentado, cabe a este enfatizar a
diferença entre um ambiente informal e não formal e, através das figuras 01 e
02 apresentadas, tornou-se possível compreender os diferentes ambientes de
aprendizagem.
Nos ambientes em Santa Elena
e na comunidade São Francisco, durante a visitação em pontos turísticos e
comunidade foi possível compreender o contexto que permeava o processo de
aprendizagem dentro de um ambiente não formal. Lugar este onde se obteve
informações relevantes tanto para a formação acadêmica como para a formação do
ser humano.
E, durante um momento de
descontração do grupo foi possível observar como se dá o processo de aprendizagem
em um ambiente informal. O ambiente informal observado deu-se no mercado, neste
momento os acadêmicos interatuavam com os comerciantes na língua espanhola,
idioma oficial do referido país e objeto de estudo do grupo participante deste
estudo, como aquisição de uma segunda língua.
Portanto acredita-se que os
ambientes informais e não formal são indispensáveis para a formação dos
acadêmicos, pois diante da realidade o processo de aprendizagem torna-se
atrativo e prazeroso. E, que os métodos de aprendizagens apresentados neste
estudo são fundamentais para aquisição de uma segunda língua, destacando-se o
enfoque comunicativo.
CONCLUSÃO
O
objetivo deste relato de experiência foi alcançado através da visita técnica
realizada no país venezuelano onde foi possível conhecer o contexto histórico,
social e cultural dos ambientes previamente selecionados para este estudo,
sendo o município de Santa Elena e a comunidade de São Francisco (comunidade
indígena).
Nos
ambientes selecionados foram desenvolvidas atividades com foco na aprendizagem
de língua estrangeira e seu contexto. Porém, como os ambientes foram
desdobrados em informal e não formal sendo possível diagnosticar quando se
aplica cada situação. Sendo que as mesmas são essenciais para a aquisição de
uma segunda língua.
REFERÊNCIAS
ABADÍA, M. P. Métodos
y Enfoques en la Enseñanza: Aprendizaje del Español como Lengua Extranjera.
Madrid: Edelsa,
2000.
AMARAL,
A. L. As correntes pedagógicas e suas implicações. Belo Horizonte:
UFMG, 1993.
CHAGAS, V. Didática especial de
línguas modernas. 3. ed. São Paulo: Cia. Nacional, 1979.
ELLIS, R. Aquisição de segunda
língua. New York:
Oxford University Press, 1997.
FILHO, J. C. P A. Dimensões
comunicativas no ensino de línguas. Campinas, SP: Pontes, 1993.
GHANEM, E.; TRILLA, J. Educação
formal e não-formal. São Paulo: Summus Editorial, 2008.
SANT'ANA. M. A.; SANT'ANA M. M. Processo de ensino-aprendizagem de língua estrangeira: um caminho
para a inclusão social? Revista CAPTURA CRÍPTICA: direito, política e
atualidade. Florianópolis, v. 2, n. 1, 2009.
SCHÜLTZ, R. Motivação e
desmotivação no aprendizado de línguas, 2014. Disponível em: < http://www.sk.com.br/sk-motiv.html>
.Acesso em: 30 de agosto de 2014.
SOUZA, M. L. de. A Abordagem
comunicativa: influências e reflexos no Ensino-aprendizagem de Língua
Inglesa. São Luís, 2005.
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