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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA EM UM AMBIENTE INFORMAL E NÃO FORMAL– RELATO DE EXPERIÊNCIA



APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA EM UM AMBIENTE INFORMAL E NÃO FORMAL– RELATO DE EXPERIÊNCIA
Gildoneide Sousa de Oliveira
Cícera Mota Lima
Ednelza Pereira Barros Ferreira
Valdines Moura Souza


RESUMO
Este artigo trata-se de um relato de experiência sobre um trabalho desenvolvido com um grupo de acadêmicos do curso de Letras – Espanhol e Literatura Hispânica do IFRR, em duas localidades, na Venezuela. O objetivo do trabalho foi conhecer a localidade, seu contexto histórico, social e cultural e identificar quando se dá a aprendizagem informal e não formal. Participaram do grupo, acadêmicos e professores em formação, além de professores que acompanhavam o desenvolvimento das atividades. Foram realizadas duas visitas especificas sendo no município de Santa Elena de Uairen e na comunidade São Francisco. Foi utilizado ambientes informais e não formal para desenvolver as atividades propostas, as quais foram apresentadas em forma de palestra por morador da região, além de aulas ministradas pelos professores. Os termos técnicos foram decodificados para a linguagem popular. Com base nos temas trabalhados nas localidades ressalta-se a importância de desenvolver atividades acadêmicas em ambientes externos. A experiência permitiu conhecer as peculiaridades do grupo, dando ênfase nos diferentes ambientes de aprendizagens.

Palavras-chave: Aprendizagem. Métodos. Ambiente informal e não formal.


RESUMEN
Este artículo aborda un relato de experiencia sobre un trabajo desarrollado con un grupo de académicos del curso de Letras – Espanhol e Literatura Hispânica del IFRR, en dos localidades de Venezuela. El objetivo del trabajo fue conocer la localidad, su contexto histórico, social y cultura además de identificar cuando se da el aprendizaje informal e no formal. Participaron del grupo, académicos y profesores en formación y profesores que acompañaban el desarrollo de las actividades. Fueron realizadas dos visitas específicas siendo en el municipio de Santa Elena de Uairén y en la comunidad San Francisco. Fue utilizado ambientes informales y no formales para desarrollar las actividades propuestas, las cuales fueron presentadas en forma de palestra por morador de la región, además de clases ministradas por profesores. Los términos técnicos fueron decodificados para el lenguaje popular. Con base en las temáticas trabajadas en las localidades, resalta la importancia de desarrollar actividades académicas en ambientes externos. La experiencia permitió conocer las peculiaridades del grupo, dando énfasis en los diferentes ambientes de aprendizaje.

Palabras-clave: Aprendizaje. Métodos. Ambiente informal y no formal.




INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta algumas considerações que devem contribuir para a reflexão de ensino aprendizagens de línguas estrangeiras. Vale ressaltar a temática da aprendizagem delimitou-se em ambiente informal e não formal.
E teve como objetivo conhecer a localidade, seu contexto histórico, social e cultural, além de identificar quando se dá a aprendizagem informa e não formal. Trata-se de um relato de experiência sobre um trabalho desenvolvido com um grupo de acadêmicos do curso de Letras – Espanhol e Literatura Hispânica do IFRR no país venezuelano.
Ensinar e aprender sem dúvida, trata-se de uma tarefa complexa que requer um conjunto de habilidades, competências e saberes. Que neste estudo destacam-se os métodos de ensino aprendizagens que foram essenciais para compreender os diferentes ambientes delimitados.
Os procedimentos utilizados neste estudo deram-se através do método qualitativo com enfoque descritivo, sendo que participaram do referido estudo um grupo de acadêmicos e professores em formação, além de professores que acompanhavam o desenvolvimento das atividades. Foram realizadas duas visitas, sendo uma no município de Santa Elena de Uairen e a outra na comunidade São Francisco.
No caso do ensino de línguas estrangeiras, é possível considerar que atividades como estas realizadas fora do ambiente escolar justificam-se por sua contribuição e aplicações nas práticas realizadas. No caso específico de ambientes de aprendizagem, a motivações torna-se uma ferramenta essencial, considerando que se o académico está motivado aprenderá com mais eficiência.
As atividades propostas como objetivo da viagem realizada foi desenvolvido utilizando ambientes informais e não formal foram realizadas, apresentadas e ilustradas neste estudo.
Portanto espera-se com este relato contribuir para o ensino aprendizagem de língua estrangeira utilizando ambiente informal e não formal como uma ferramenta complementar a sala de aula.


O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

O aspecto a ser considerado neste artigo é a função do processo de ensino aprendizagem de línguas estrangeiras quando considerado o objeto de aprendizagem em um ambiente informal. A peculiaridade do processo de construção do conhecimento relacionado às línguas estrangeiras se localiza exatamente através de métodos de ensino aprendizagem dado ao campo cultural como fator determinante para a aquisição do conhecimento.
Desta forma o estudo de Línguas Estrangeiras pode contribuir imensamente para o desenvolvimento humano, pois, a partir do mesmo torna-se possível o conhecimento do mundo e das práticas sociais de diferentes culturas. Destacando a necessidade de discutir o ensino de línguas e seus métodos de ensino aprendizagens. E, com base em Sant'Ana (2009) complementa que o processo de construção do conhecimento permite a auto-organização do ser humano, pois ele produz e, ao mesmo tempo, é determinado pelas experiências que vivencia.


MÉTODOS DE APRENDIZAGEM
De acordo com Abadía (2000) o método de ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira são os procedimentos que garantem a utilização e o domínio de uma língua, sendo esta, diferente da língua materna.
Desta forma o autor desta que através dos métodos o aprendiz alcança o objetivo de aprender uma segunda língua, porém destaca que conhecer os métodos torna-se necessário, porém para este estudo destaca-se seguintes métodos: Gramática e tradução, Direto e Comunicativo.
Dentro do Método Gramática e tradução, que de acordo com Chagas (1979), o ensino de língua estrangeira começou na Antiguidade, por intermédio do contato direto com a língua-alvo e seus falantes nativos, em um ambiente de interação social. Tendo seu foco nas regras da gramática como base para a tradução da língua estrangeira para a língua materna.
E, o Método Direto, de acordo com Abadía (2000) é um método que parte de exemplos da língua que está sendo estudada, com exemplos contextualizados, para a aprendizagem das regras. Que neste sentido, este método é a favor de uma aprendizagem indutiva da gramática. Ressalta ainda que a aprendizagem, através deste método, acontece naturalmente, portanto desta forma, o aluno não é forçado a decorar regras, permitindo ao aluno fazer associações diretamente na língua estrangeira ou comparar a língua materna.
Para iniciar o enfoque comunicativo, faz-se necessário conhecê-lo, pois Krashen (1981) foi considerado como um dos pioneiros do movimento comunicativo e foi considerado o criador da teoria de aquisição de segunda língua. No qual defende a distinção entre aquisição (assimilação natural) e aprendizagem de uma língua (estudo formal); a hipótese da ordem natural; hipótese do monitor; hipótese do insumo e o filtro afetivo.
Portanto, Abadia (2000), conceitua como metodológico o ensino comunicativo e ressalta que deve ser aberto e flexível, porque as situações em que se desenvolve o ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira, as formas de como se aprende, as expectativas geradas e os condicionamentos de cada aprendiz são muito diferentes.
Para Souza (2005), o ensino de línguas através da Abordagem Comunicativa está concentrado nas funções do cotidiano das pessoas, como como pedir e dar informações; como fazer convites; expressar o interesse em alguma coisa, além de expressar paciência ou mudar de assunto no diálogo.
Desta forma, Filho (1993) complementa que para desenvolver o enfoque comunicativo exige uma preocupação com o próprio aluno enquanto sujeito e agente no processo de aprendizagem e formação através da língua estrangeira, possibilitando-o a se reconhecer nas práticas do que faz sentido para a sua vida e do que faz diferença para o seu futuro como pessoa.
E ressalta ainda, a importância para o aluno de proporcionar experiências de aprender em termos de real interesse ou necessidade, para que ele esteja capacitado a usar a língua–alvo e, portanto, realizar ações autênticas na interação com outros falantes dessa língua.


APRENDIZAGEM DE IDIOMAS EM AMBIENTE INFORMAL E NÃO FORMAL
Sabe-se que o processo ensino/aprendizagem de idiomas ocorre no decorrer da vida por meio de diferentes ambientes de aprendizagens, portanto neste estudo faz-se necessário destacar o ambiente informal e não formal.
Para Ghanem (2008) a educação informal é aquela em diferentes núcleos sociais durante o processo de socialização produzidas nas relações como: a família, o bairro, o clube, os amigos, a igreja entre outras. Sendo que se agregam os valores, as regras e s normas de uma determinada cultura.
E, a educação não formal é aquela que se desenvolve no cotidiano, na relação com diferentes pessoas, pela experiência e em espaços fora da escola, em locais informais onde existem processos de interação e intencionalidade na ação, na participação, na aprendizagem e na transmissão e nas trocas de saberes.
Vale destacar que, a educação não formal abre possibilidades de conhecimento sobre o mundo que rodeia os indivíduos e suas relações sociais. Que para Ellis (1997), possui uma grande importância na aprendizagem de línguas, pois ressalta que envolvendo laços afetivos o aprendiz desenvolve o aprendizado da língua alvo tornando-o como um fator essencial para um melhor aproveitamento desse aprendizado.
E, Schultz (2014) complementa com a motivação promovida por fatores externos que alcançam a mente e o desempenho do aprendiz. E, especifica que se não houver necessidade de aprender, não haverá motivação.
Complementa ainda que o aprendizado consiste em graus de motivações internas e externas, uma vez que os alvos a serem atingidos variam entre fatores socioeconômicos e culturais agregados às experiências pessoais de cada sujeito.


PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

Este relato de experiência foi realizado a partir de uma pesquisa qualitativa com enfoque descritivo, realizada através de uma viagem para a comunidade de São Francisco e Santa Elena na Venezuela. O público envolvido neste estudo foi um grupo de acadêmicos e professores do Instituto Federal de Ciências e Tecnologia do estado de Roraima.
Que de acordo com Bervian, Cervo e Da Silva (2007) a pesquisa qualitativa trata da investigação de valores, atitudes, percepções e motivações do público pesquisado, com o objetivo principal de compreendê-los em profundidade. E, descritivo quando se observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los.


DA TEORIA A PRÁTICA

De acordo com Amaral (2004) cabe ressaltar a importância do aprender fazendo, do aprender a aprender, a importância do interesse, da experiência e da participação em um ambiente de aprendizagens, seja informal e não formal.
Desta forma neste artigo, trata-se de um relato de experiência de um processo de aprendizagem de línguas estrangeira em ambiente informal e não formal realizado no mês de julho durante uma viagem para o país vizinho “Venezuela” que tem como idioma oficial a Língua Espanhola, e através da mesma foi possível vivenciar as abordagens relatadas neste estudo.
Diante desta realidade e com base na fundamentação teórica, percebeu-se que o processo de educação não formal foi realizado de maneira eficaz, que de acordo com Ghanem (2008) dá-se fora da esfera escolar sendo veiculada por museus, meios de comunicação e outras instituições que organizam eventos de diversas ordens, tais como cursos livres, feiras e encontros, com o propósito do ensinar um público heterogéneo.
Desta forma de acordo com a figura abaixo, foi possível conhecer a historia do Mosteiro Vicariato Del Caroní em Santa Elena.
Figura 01: 


 Vicariato Del Caroní em Santa Elena
Fonte: os autores, (2014).
A partir deste contexto real, foi possível acompanhar os traços da arquitetura medieval, haja vista que a mesma foi fundada em 1922 em Upata, chegando a Santa Elena somente em 1931 com a chegada dos misioneiros Nicolás de Cármenes, Maximino de Castrillo e Gabimo de San Román, e na época tinha por missão evangelizar os povos indígenas.
O monumento trás um contexto histórico impressionante, atualmente é a sede da igreja católica, que de acordo com o censo de 2010, conta com 41.550 fiéis batizados de uma população de aproximadamente 56.000 pessoas.
Com bases nessas informações, destacam-se os métodos de ensino aprendizagens, que com o contato direto com pessoas nativas, relatando todo o contexto histórico da igreja, pode comprovar a utilização dos mesmos para obter-se tantas informações no período da visita.
Outro ponto observado foi a motivação dos acadêmicos envolvidos nas atividades, como afirma Ellis (1997) e Schultz (2014) a motivação faz parte do processo de aprendizagem, a cada informação que era repassada percebia-se a atenção despertada pelos acadêmicos, confirmando o pensamentos dos referidos autores que não houver necessidade de aprender, não haverá motivação e muito menos aprendizado.
Figura: Comunidade São Francisco – Venezuela.
 Fonte: os autores, (2014).
 Nesta figura caracterizada como 02, foi na comunidade de São Francisco, onde foi realizado um tur na comunidade. O ponto que chamou atenção foi à estrutura da comunidade, como pode ser observado na primeira imagem, as residências são pintadas e tudo muito organizado.
Durante o período na comunidade, ressalta-se a palestra realizada pelo Capitán, onde afirmou que todos os moradores são adventistas, religião que tem como tradição guardar o sábado (que inicia com o por do sol da sexta-feira e vai até o por do sol do sábado). O ponto que mais enfatizou foi a preocupação de conciliar a religião e a tradição do Canaimé que se trata de uma histórica contada pelos povos indígenas desde a antiguidade. Afirmando que a comunidade em sua maioria é formada por indígenas da etnia Taurepan e Aurepuna, e, estas pessoas seguem mantendo firme sua tradição linguística.


DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Diante do contexto apresentado, cabe a este enfatizar a diferença entre um ambiente informal e não formal e, através das figuras 01 e 02 apresentadas, tornou-se possível compreender os diferentes ambientes de aprendizagem.
Nos ambientes em Santa Elena e na comunidade São Francisco, durante a visitação em pontos turísticos e comunidade foi possível compreender o contexto que permeava o processo de aprendizagem dentro de um ambiente não formal. Lugar este onde se obteve informações relevantes tanto para a formação acadêmica como para a formação do ser humano.
E, durante um momento de descontração do grupo foi possível observar como se dá o processo de aprendizagem em um ambiente informal. O ambiente informal observado deu-se no mercado, neste momento os acadêmicos interatuavam com os comerciantes na língua espanhola, idioma oficial do referido país e objeto de estudo do grupo participante deste estudo, como aquisição de uma segunda língua.
Portanto acredita-se que os ambientes informais e não formal são indispensáveis para a formação dos acadêmicos, pois diante da realidade o processo de aprendizagem torna-se atrativo e prazeroso. E, que os métodos de aprendizagens apresentados neste estudo são fundamentais para aquisição de uma segunda língua, destacando-se o enfoque comunicativo.


CONCLUSÃO

O objetivo deste relato de experiência foi alcançado através da visita técnica realizada no país venezuelano onde foi possível conhecer o contexto histórico, social e cultural dos ambientes previamente selecionados para este estudo, sendo o município de Santa Elena e a comunidade de São Francisco (comunidade indígena).
Nos ambientes selecionados foram desenvolvidas atividades com foco na aprendizagem de língua estrangeira e seu contexto. Porém, como os ambientes foram desdobrados em informal e não formal sendo possível diagnosticar quando se aplica cada situação. Sendo que as mesmas são essenciais para a aquisição de uma segunda língua.


REFERÊNCIAS
ABADÍA, M. P. Métodos y Enfoques en la Enseñanza: Aprendizaje del Español como Lengua Extranjera. Madrid: Edelsa, 2000.
AMARAL, A. L. As correntes pedagógicas e suas implicações. Belo Horizonte: UFMG, 1993.
CHAGAS, V. Didática especial de línguas modernas. 3. ed. São Paulo: Cia. Nacional, 1979.
ELLIS, R. Aquisição de segunda língua. New York: Oxford University Press, 1997.
FILHO, J. C. P A. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. Campinas, SP: Pontes, 1993.
GHANEM, E.; TRILLA, J. Educação formal e não-formal. São Paulo: Summus Editorial, 2008.
SANT'ANA.  M. A.; SANT'ANA M. M. Processo de ensino-aprendizagem de língua estrangeira: um caminho para a inclusão social? Revista CAPTURA CRÍPTICA: direito, política e atualidade. Florianópolis, v. 2, n. 1, 2009.
SCHÜLTZ, R. Motivação e desmotivação no aprendizado de línguas, 2014. Disponível em: < http://www.sk.com.br/sk-motiv.html> .Acesso em: 30 de agosto de 2014.
SOUZA, M. L. de. A Abordagem comunicativa: influências e reflexos no Ensino-aprendizagem de Língua Inglesa. São Luís, 2005.

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